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sábado, 20 de março de 2010

PIRISCA GRECCO


Pirisca Grecco, intérprete e compositor natural de Uruguaiana. Atuante nos festivais nativistas desde 1999, tendo conquistado prêmios de primeiro lugar e melhor intérprete nos mais variados eventos como Coxilha, Musicanto, Gauderiada, Sinuelo, Sapecada, Califórnia, entre outros. Em 2003 lançou seu segundo disco, que recebeu a premiações de melhor disco nativista do Prêmio Açorianos de Música intitulado, “Compasso Taipero” . Em 2004 lançou o disco “Muchas Gracias”, uma coletânea das obras defendidas por Pirisca nos festivais nativistas.

GUJO TEIXEIRA

Gujo Teixeira é o nome artístico de Paulo Henrique Teixeira de Sousa. Filho de Jorge Henrique Bulcão de Souza e Liara Teixeira de Souza, nasceu em 1972, em Porto Alegre.
Reside atualmente no interior de Lavras do Sul, onde trabalha na produção pecuária e exerce a profissão em sua propriedade rural.
Gujo Teixeira é jovem poeta do Rio Grande do Sul, onde desde 1994 tem participado como letrista na maioria dos eventos musicais do gênero nativista do estado.


MUCHAS GRACIAS

Muchas gracias é minha palavra pra quem escuta o que falo
Se canto as coisas do campo é porque tô de à cavalo
Se abro as voltas de um laço a armada é de tiro certo
Se um dos meus bota um pealo pode deixar que eu aperto

Sou campo largo nos olhos, sol clareando num sorriso
Alma de sanga no peito, e enchente quando preciso
Vai quase tudo o que sei no sentimento que trago
Me agrada ser dessa terra, cantar as coisas do pago

Sou cantador de Rio Grande de ponta a ponta me estendo
Pé no estribo e rédea firme, por diante sigo aprendendo
Tenho na voz a palavra, na alma tudo que espero
Uma ponchada de amigos e as saudades que quero

Sou o mesmo desde tempos e o tempo ensina verdades
No meu compasso me voy com alma e simplicidade
Sou verso de rima inteira, a melodia e o som
Muchas gracias Deus do céu por ter me dado este dom

Quando chegar de à cavalo um gaúcho em sua porteira
Me esperem de mate pronto, sou eu de alma campeira
Quando apear no seu rancho de alma grande, lhes garanto
Não precisa nem dois mates pra entenderem meu canto

Letra de Gujo Teixeira e música de Pirisca Grecco.

LINK VIDEO: http://www.youtube.com/watch?v=4gGWcmBL5Pc



EDILBERTO TEIXEIRA (1934-1998)




Edilberto Teixeira, natural da cidade de Lavras do Sul, nasceu na estância de seu avô em Pontas do Salso, município de São Gabriel, no dia 29 de outubro de 1934, filho de Valério Teixeira Neto e Maria Julia Teixeira.
Casado com Elba La-Rocca Teixeira, teve cinco filho: Mariano, Ana Julia, AnaSuely, Rodrigo e Ana Rita.
Advogado e agropecuarista, era proprietário da Estância do Capão, em Santa Margarida.
Letrist
a colaborador de vários Festivais de Música do RS, autor do DICIONÁRIO DA CARRETA- 1982, publicado pelo Instituto do Livro, SÃO GABRIEL DAS CARRETAS - 1983 , pela Editora Martins Livreiro e DICIONÁRIO GAÚCHO DO CAVALO - 1987, também pela Editora Martins Livreiro.

VELHOS TEMPOS


Dizem que o tempo não passa
Que ano a ano se renova,
Como um mate em cuia nova
Que nos deixa a alma curtida.
-De amores, curtindo a vida,
Com seu calor decisivo,
Só deixa o adeus na cancela
Da mocidade que é bela,
Bebendo o mate do estribo.

E só a saudade é o sinuelo
Daqueles bons velhos tempos,
Reculutando os momentos
De ansiado e fútil retorno.
Longíquo é o passado morno
Remendado a palhativos!
Recados que se esqueceram,
Velhos umbus que morreram.
Junto aos sonhos primitivos.

Surro ao petiço maceta
Deste meu verso angustiado
Lembrando aquele passado
De auroras que eu vi nascer,
Para que alegre vá correr
Nos rodeios pátio a fora.
Lá um piá, de chapéu torto,
Vendo o olhar do capão morto
Vai chorar num pé de amora.

Dizem que o tempo não passa
Que ano a ano se renova,
Como um mate em cuia nova
Vai deixando a alma curtida.

Lindo tempo, olhar vidrado,
Bem sangrado hoje esperneia
Quando a saudade se apaeia
Frente ao galpão dessa Estância.
Rebenqueados de distância,
Vejo os dias que se vão,
Como os sonhos do índio vago
Que tropeiam pelo Pago
Nessas noites de clarão.

Tempo velho que até assusta
Quando chove e faz goteira.
Lá mui longe, olho a porteira
Que o vento sul derrubou
Junto ao amor que se planchou
Numa cruz de cemitério.
Minhas rimas, soluçando
De saudade, vão matando
A voz do vento gaudério.

Lá vão os calmos bois da pipa

Repechando no tranquito.
E, do açude, eu ouço o grito
Dos tordilhos quero-queros,
Meus amigos mais sinceros
Que esquecer deles não quis
Só a saudade acende a braba
Do calor daquela casa
Onde, um dia, eu fui feliz.


Ah, tempo velho arcaico.
Que vai tostando as macegas,
E o fruto dos pega-pegas
Pelos rincões espalhando,
Quanto mais vou te achatando
Nestes pobres versos meus,
Fico velho! Ah, tempo gajo.
Que me atormenta o presságio
Dessa velhice do adeus!



Letra de Edilberto Teixeira e música de Edilberto Teixera Neto. Chamamé.

Obs: biografia do compositor postada dia 21/04/2010.

quarta-feira, 17 de março de 2010