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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Sobre uma marca de copas...



A mesma marca, antiga, de metal e copas
ainda queima, o couro pampa, deste gado
foram cem anos, sustentando a história
de campo e de casco, nos deixado por legado.

Somos do campo, como foram os nossos..
De raízes largas, com um cerne, Teixeira
sementes das novas que cedo se espalham
mas ainda florescem pelas Cordilheiras.

Somos do campo e bem vividos dele!
Somos os fiadores das últimas tropas
e por isso sempre, vai seguir queimando
feito uma saudade, esta marca de copas.

Terá sempre um piá a se chamar Valério
e sempre outro neto, a nos levar em frente...
Porque hoje queima esta marca de copas
que é mais que um brasão, no memorial da gente.


Gujo Teixeira (2000)



segunda-feira, 25 de junho de 2012


O mundo estava errado. Lá dentro daquela casinhola vivia uma mulher que o amava, e ali fora estava ele a arder de desejo por ela. Não havia na natureza nenhuma razão por que não se juntassem e amassem. No entanto, erguia-se entre ambos um muro, e um muro transparente, feito de convenções, mentiras, hipocrisias, fraquezas. Estava tudo errado, tragicamente errado. No fundo, a resolução do problema era coragem. E coragem era o que não lhe faltava.


A Sombra do Anjo - O Retrato

domingo, 15 de abril de 2012


O grito de "venha boi" perdeu-se na poeira dos tempos...
Os fletes já não pisam a baba dos tambeiros pelas estradas polvorentas de saudade
Nem um sincero sequer faz contraponto aos rangidos de bastos e relinchos de tropilhas
E muitos lombilhos gastos, hoje encilham cavaletes em quartos pobres de vilas, potreiros do nunca mais, pra aonde o bendito progresso apartou os gaúchos de ontem!


Don Blanco - Lisandro Amaral

sexta-feira, 30 de março de 2012

O MEU PAÍS

Um país que crianças elimina;
E não ouve o clamor dos esquecidos;
Onde nunca os humildes são ouvidos;
E uma elite sem Deus é que domina;
Que permite um estupro em cada esquina;
E a certeza da dúvida infeliz;
Onde quem tem razão passa a servis;
E maltratam o negro e a mulher;
Pode ser o país de quem quiser;
Mas não é, com certeza, o meu país.

Um país onde as leis são descartáveis;
Por ausência de códigos corretos;
Com noventa milhões de analfabetos;
E multidão maior de miseráveis;
Um país onde os homens confiáveis não têm voz,
Não têm vez,
Nem diretriz;
Mas corruptos têm voz,
Têm vez,
Têm bis,
E o respaldo de um estímulo incomum;
Pode ser o país de qualquer um;
Mas não é, com certeza, o meu país.

Um país que os seus índios discrimina;
E a Ciência e a Arte não respeita;
Um país que ainda morre de maleita, por atraso geral da Medicina;
Um país onde a Escola não ensina;
E o Hospital não dispõe de Raios X;
Onde o povo da vila só é feliz;
Quando tem água de chuva e luz de sol;
Pode ser o país do futebol;
Mas não é, com certeza, o meu país!

Um país que é doente;
Não se cura;
Quer ficar sempre no terceiro mundo;
Que do poço fatal chegou ao fundo;
Sem saber emergir da noite escura;
Um país que perdeu a compostura;
Atendendo a políticos sutis;
Que dividem o Brasil em mil brasis;
Para melhor assaltar, de ponta a ponta;
Pode ser um país de faz de conta;
Mas não é, com certeza, o meu país!

Um país que perdeu a identidade;
Sepultou o idioma Português;
Aprendeu a falar pornô e Inglês;
Aderindo à global vulgaridade;
Um país que não tem capacidade;
De saber o que pensa e o que diz;
E não sabe curar a cicatriz;
Desse povo tão bom que vive mal;
Pode ser o país do carnaval;
Mas não é, com certeza, o meu país!

-João de Almeida Neto







fonte: Imagens Google/Vagalume

segunda-feira, 26 de março de 2012

PAMPA


A Pampa é um país com três bandeiras
e um homem que mateia concentrado,
seus olhos correm por sobre as fronteiras
que o fazem tão unido e separado!

A Pampa é um lugar que se transcende,
fronteiras são impostas pelas guerras;
"y el gaúcho", com certeza, não entende
três nomes, três brasões pra mesma terra!

O campo a se estender, imenso e plano,
alarga o horizonte "mas allá"...
Talvez seja por isso que o pampeano
enxerga além... De onde está!

Assim é o povo fronteiro,
tropa, cavalo e tropeiro
vão na mesma vez...
Pátria e querência na estampa,
somos um só nesta pampa,
mas se contam três...
Por que se contam três?

Meu verso vem de Jaime e Aureliano,
de Rillo e Retamozo - um céu azul!
Sou Bento e Tiaraju, heróis pampeanos
da forja desse Rio Grande do Sul!

A voz vem de Cafrune e canta assim,
a rima de Lugones, minha sina,
e a fibra de Jose de San Martín;
a História é quem me inscreve na Argentina!

Meu canto vem de Osíris, voz antiga
da Pampa que em meu sangue não se esvai...
Comigo vem Rivera, vem Artigas...
Legenda eu sou... No Uruguai!

Rumos dessa Pampa Grande,
viemos dos versos de Hernandez,
somos céu e chão...
Todo o pampeano, sem erro,
tem muito de Martin Fierro
pelo coração...
Dentro do coração!







Misto de diaba e de santa,
com ares de quem é dona
e um gosto de temporona
que traz água na garganta.



São os habitantes do arreio!
São os senhores do estrivo!
Não são os mesmos da tribo
que enfeitam cartões postais,
esses encilham baguais
com pradarias no olhar,
sabem de golpes no ar
e de tirões campo a fora,
quando um "pavena"se atora
cambiando o céu de lugar.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Ai se eu te pego gaucha.

A Republica Rio-Grandense sempre se destaca, agora lançando versões do hit do momento "ai se eu te pego" do Michél Teló. Segue vídeo de duas versões e abaixo suas letras pra acompanhar. Muito boas!



Domingo no rodeio
A indiada começou a ginetear
E eu vi uma egua lindaça
Tomei coragem e resolvi a montar

Guasca, Guasca.. Sou la da Vacaria
Ai se eu te grudo, pelas crina, se eu te grudo
Relincha, relincha.. mas nao me solta as pata
Ai se eu te grudo, pelas crina, se eu te grudo


Sábado, no Fandango
O gaiteiro começou a tocar
E passou a Xinoca mais linda
Tomei Tenência e comecei a Prosear...

Tchê, mas bah... assim tu me estrupia
Ai se eu te laço, aiai se eu te agarro
Potranca, crinuda... assim tu me arremanda
Ai se eu te laço, aiai se eu te agarro