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quinta-feira, 22 de abril de 2010

TROCANDO "AS VACA" DE CAMPO

Alvoroço de encilha bem cedo se calça a espora

Meu gateado estrada a fora, leva na testa a boieira.

Encharca na enchente as basteira por saber já dessa vida

Pingaço de toda lida ponteia a tropa manheira

Trocar as vacas de campo pra encaminhar novo cio

Campeia um vau pelo rio de cruzar com a comitiva

Grama forquilha nativa na espera da novilhada

E alguma antiga falhada que um novo cio reativa

Tomba na água a vacagem que destinada pra cria

Bandeia na melodia que um berro ecoa no mato

é bem assim que relato quem é de campo conhece

Que o aboio vira prece quando se aperta de fato!

Vai da culatra ao fiador o aboio que longe foi

Num tranco de era boi vai de encontro ao camaquã

E a goela de algum tarrã estremece na barranca

Abre o peito e forte canta na calma desta manhã

Sem refugo a tropa toda testa a fúria da correnteza

E segue na incerteza de arreio e poncho encharcado

Põe a tropa inteira a nado com a perícia dos tropeiros

Que se fizeram campeiros nos fundões do meu estado

Desponta pelos barrancos, se ajeita e revisa as conta!

Largo o gateado na ponta e a tropa segue marchando

Ao passo vai se ajeitando, solta as vacas na invernada,

De campo bom, e aguada pra o verão que vem rachando.

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