terça-feira, 8 de junho de 2010
BRUNO TEIXEIRA
ESTAMPA CRIOLA
Ao estilo da fronteira
Nos pagos de São Gabriel
Terra buenacha e grongueira
Estes versos do meu jeito
Acolhero na sedeira
Pois trago o sangue monarca
Do Sobrenome TEIXEIRA
Nos campo do Tiarayu
Onde as égua tem cornilha
Ato as esporas choronas
Pras os cavalos da quadrilha
Com meu Sombreiro tapeado
Bem servido de forquilha
Vou pitando meu palheiro
Mesclado com figuerilha
Nos meses quentes de verão
Quando pega a carrapatea
Tiro a vacagem da grota
Pois o remédio é banha
E sigo empurrando a lida
Se o tempo pega a esfria
Assando miúdo de oveia
Guasquereando quando dá
Um boi quando dispara
No meu braço acha domeiro
E não volta para o mato
Sendo o meu tiro certeiro
Nos mate da madrugada
O violão chora em ponteio
E limpo a guela com a canha
Pra o meu cantar galponeiro
E se ato meu basto aberto
Arrocheio meu bocal
Pra um desafio de campanha
No modo tradicional
Tiro as coscas dum crinudo
Que tem cismas de bagual
Faço a média bem ligeiro
Sem beijar o pajonal
E a meia lua charrua
Prateia a vida estancieira
Esqueço os golpe da lida
Nos braços da companheira
Que me alcança mais um mate
Depois de eu por as terneira
Meu canto criolo e gaúcho
Da minha estirpe campeira"
Letra e Música: Bruno Borges Teixeira
quinta-feira, 20 de maio de 2010
FÁBIO MACIEL
Letrista, nascido em Bagé no ano de 1987, criado em Santana do Livramento, hoje radicado em Pelotas, graduando da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel – UFPel.
Desde novo envolvido com música, por influência dos amigos, acabou na lida do verso onde procurou pela “benção do verso” de alguns mestres, como Aureliano de Figueiredo Pinto, Ramiro Barcellos, Firmino Carvalho, Edilberto Teixeira e alguns outros.
Hoje busca mostrar sua maneira de enxergar as coisas, contar um pouco de suas experiências e, principalmente, fazer um resgate das coisas simples e despretensiosas, que vêm cada vez mais perdendo espaço. Isso não lhe permite a pretensão de um dia agradar a todos, mas sim àqueles que sabem do que fala.
Conseqüentemente, envolveu-se com festivais. Em 2003 começou a gravar suas músicas como o intuito de participar dos festivais, alcançando isso apenas em 2006, na Capela Da Canção Nativa, onde obteve o primeiro prêmio, em parceria com Matheus Leal.
De lá pra cá seguiu compondo, fazendo novas parcerias e participando de outros festivais, premiando em alguns deles, como Galponeira de Bagé, Nevada da Canção Nativa, Vigília do Canto Gaúcho, Festival da Música Crioula de Santiago, Estância da Canção Gaúcha, entre outros.
Aprendiz e participante desde 2005, sem ausentar-se, do Paradouro do Minuano, festival temático da cidade de Pelotas, que na realidade vai muito além de um festival, pois é um grande encontro de amigos a cada ano.
Por enquanto, não tem idéia de quando irá publicar seus versos ou suas músicas, em livro ou em CD, pois acredita que tempo irá mostrar a hora certa de fazê-los.
quarta-feira, 12 de maio de 2010
MATHEUS LEAL
ALMA DE JUÁ FLORIDO
Que peleou na madrugada
Pra enfeitar a manhanita...
Ao clarear desabrochada...
Qual a saudade de alguém
Que volta por quase nada.
Cuido, de cima do zaino,
E vejo teu jeito pleno,
Parece que abre os braços,
Põe um pala de sereno,
Soma a essência do pasto
Pra arreglar um cheiro bueno...
Traz o aroma veraneiro
Sempre que ao vento te atiras...
És pequena e traiçoeira
Encantas a quem te mira...
...Tipo do encanto bandido,
Que dá algo e depois tira!
Me judiaste ao tentar
Te colher, simples florzita...
Como pode a flor mais linda
Ter silhueta tão maldita?...
...Mas o espinho te condena
A viver sempre solita!...
Parece aquela que um dia
Achou meu olhar perdido...
Floreou e assim, sem pena
Na investida, “negô” estribo...
...Talvez tenha esta guaina
Alma de juá florido!...
quinta-feira, 22 de abril de 2010
MURILO TEIXEIRA
Murilo Ricalde Teixeira é natural de Lavras do Sul, tem 21 anos, estudante de gastronomia na UNISC. Hoje mora
TROCANDO "AS VACA" DE CAMPO
Alvoroço de encilha bem cedo se calça a espora
Meu gateado estrada a fora, leva na testa a boieira.
Encharca na enchente as basteira por saber já dessa vida
Pingaço de toda lida ponteia a tropa manheira
Trocar as vacas de campo pra encaminhar novo cio
Campeia um vau pelo rio de cruzar com a comitiva
Grama forquilha nativa na espera da novilhada
E alguma antiga falhada que um novo cio reativa
Tomba na água a vacagem que destinada pra cria
Bandeia na melodia que um berro ecoa no mato
é bem assim que relato quem é de campo conhece
Que o aboio vira prece quando se aperta de fato!
Vai da culatra ao fiador o aboio que longe foi
Num tranco de era boi vai de encontro ao camaquã
E a goela de algum tarrã estremece na barranca
Abre o peito e forte canta na calma desta manhã
Sem refugo a tropa toda testa a fúria da correnteza
E segue na incerteza de arreio e poncho encharcado
Põe a tropa inteira a nado com a perícia dos tropeiros
Que se fizeram campeiros nos fundões do meu estado
Desponta pelos barrancos, se ajeita e revisa as conta!
Largo o gateado na ponta e a tropa segue marchando
Ao passo vai se ajeitando, solta as vacas na invernada,
De campo bom, e aguada pra o verão que vem rachando.
terça-feira, 20 de abril de 2010
EDILBERTO TEIXEIRA NETO
Tem parcerias com varios poetas da musica gaucha,como: Edilberto Teixeira, Gujo Teixeira, João Sampaio, Otavio Severo, Fabio Maciel , Rafael Teixeira Chiapeta, Francisco Luzardo, Diego Muller, Murilo Teixeira, Filipe Corso, entre outros. Hoje prentende seguir fazendo suas melodias e tocando cada vez mais!
CASSIANO MENDES
PRA VIRAR AMOR
sábado, 20 de março de 2010
PIRISCA GRECCO
GUJO TEIXEIRA
MUCHAS GRACIAS
Se canto as coisas do campo é porque tô de à cavalo
Se abro as voltas de um laço a armada é de tiro certo
Se um dos meus bota um pealo pode deixar que eu aperto
Sou campo largo nos olhos, sol clareando num sorriso
Alma de sanga no peito, e enchente quando preciso
Vai quase tudo o que sei no sentimento que trago
Me agrada ser dessa terra, cantar as coisas do pago
Sou cantador de Rio Grande de ponta a ponta me estendo
Pé no estribo e rédea firme, por diante sigo aprendendo
Tenho na voz a palavra, na alma tudo que espero
Uma ponchada de amigos e as saudades que quero
Sou o mesmo desde tempos e o tempo ensina verdades
No meu compasso me voy com alma e simplicidade
Sou verso de rima inteira, a melodia e o som
Muchas gracias Deus do céu por ter me dado este dom
Quando chegar de à cavalo um gaúcho em sua porteira
Me esperem de mate pronto, sou eu de alma campeira
Quando apear no seu rancho de alma grande, lhes garanto
Não precisa nem dois mates pra entenderem meu canto
Letra de Gujo Teixeira e música de Pirisca Grecco.
LINK VIDEO: http://www.youtube.com/watch?v=4gGWcmBL5Pc
EDILBERTO TEIXEIRA (1934-1998)
Edilberto Teixeira, natural da cidade de Lavras do Sul, nasceu na estância de seu avô em Pontas do Salso, município de São Gabriel, no dia 29 de outubro de 1934, filho de Valério Teixeira Neto e Maria Julia Teixeira.
Casado com Elba La-Rocca Teixeira, teve cinco filho: Mariano, Ana Julia, AnaSuely, Rodrigo e Ana Rita.
Advogado e agropecuarista, era proprietário da Estância do Capão,
Letrist
VELHOS TEMPOS
Dizem que o tempo não passa
Que ano a ano se renova,
Como um mate em cuia nova
Que nos deixa a alma curtida.
-De amores, curtindo a vida,
Com seu calor decisivo,
Só deixa o adeus na cancela
Da mocidade que é bela,
Bebendo o mate do estribo.
E só a saudade é o sinuelo
Daqueles bons velhos tempos,
Reculutando os momentos
De ansiado e fútil retorno.
Longíquo é o passado morno
Remendado a palhativos!
Recados que se esqueceram,
Velhos umbus que morreram.
Junto aos sonhos primitivos.
Surro ao petiço maceta
Deste meu verso angustiado
Lembrando aquele passado
De auroras que eu vi nascer,
Para que alegre vá correr
Nos rodeios pátio a fora.
Lá um piá, de chapéu torto,
Vendo o olhar do capão morto
Vai chorar num pé de amora.
Dizem que o tempo não passa
Que ano a ano se renova,
Como um mate em cuia nova
Vai deixando a alma curtida.
Lindo tempo, olhar vidrado,
Bem sangrado hoje esperneia
Quando a saudade se apaeia
Frente ao galpão dessa Estância.
Rebenqueados de distância,
Vejo os dias que se vão,
Como os sonhos do índio vago
Que tropeiam pelo Pago
Nessas noites de clarão.
Tempo velho que até assusta
Quando chove e faz goteira.
Lá mui longe, olho a porteira
Que o vento sul derrubou
Junto ao amor que se planchou
Numa cruz de cemitério.
Minhas rimas, soluçando
De saudade, vão matando
A voz do vento gaudério.
Lá vão os calmos bois da pipa
Repechando no tranquito.
E, do açude, eu ouço o grito
Dos tordilhos quero-queros,
Meus amigos mais sinceros
Que esquecer deles não quis
Só a saudade acende a braba
Do calor daquela casa
Onde, um dia, eu fui feliz.
Ah, tempo velho arcaico.
Que vai tostando as macegas,
E o fruto dos pega-pegas
Pelos rincões espalhando,
Quanto mais vou te achatando
Nestes pobres versos meus,
Fico velho! Ah, tempo gajo.
Que me atormenta o presságio
Dessa velhice do adeus!
Letra de Edilberto Teixeira e música de Edilberto Teixera Neto. Chamamé.
Obs: biografia do compositor postada dia 21/04/2010.